sábado, 10 de dezembro de 2016

Marrocos e Espanha unidos



Marrocos e Espanha prometem aumentar esforços conjuntos contra o terrorismo
2016-12-08 16:45:14portuguese.xinhuanet.com





 


 

Rabat, 7 dez (Xinhua) -- O Ministro do Interior do Marrocos Mohamed Hassad, e seu homólogo espanhol, Juan Ignacio Zoido, destacaram nesta quarta-feira a necessidade de continuar a promover sua cooperação e esforços regionais e multilaterais para combater a ameaça terrorista.

Durante uma reunião de trabalho entre altos funcionários de segurança dos dois países, os ministros saudaram a cooperação "exemplar" entre os serviços de segurança dos dois países, nomeadamente na luta contra o terrorismo e na luta contra o crime organizado.

"As relações e o fluxo de informações entre as forças de segurança do Marrocos e da Espanha estão dando frutos. É difícil de encontrar uma colaboração tão próxima, leal e confiável como a que há entre os nossos dois países," disse Zoido à imprensa após o encontro.

Ele ressaltou que as reuniões regulares e a troca de experiências e informações entre os serviços de segurança dos dois países consolidaram e fortaleceram esta "excelente cooperação" que busca enfrentar os desafios comuns de segurança.

Lembrando que esta é a sua primeira visita a um país estrangeiro desde que assumiu o cargo em novembro passado, Zoido expressou a forte determinação do seu país em preservar e consolidar ainda mais os estreitos laços com Marrocos.

De sua parte, Hassad disse que as relações entre Marrocos e Espanha são de um nível muito alto, graças aos contatos diretos entre os líderes dos dois países.

Esta reunião foi uma oportunidade para discutir todos os assuntos de interesse comum para os dois países, destacou, elogiando a cooperação entre os serviços de segurança marroquinos e espanhóis.

quinta-feira, 17 de novembro de 2016

A República



Tem muita coisa que vai explodir. A República está caindo", diz Rosinha Garotinho
"O Garotinho foi preso não por roubo, não por enriquecimento ilícito. É por alimentar o povo pobre. É diferente do Cabral", disse a política ao defender o marido


 infoMoney







SÃO PAULO - Um dia após a prisão de Anthony Garotinho (PR), a mulher do ex-governador do Rio de Janeiro e prefeita de Campos dos Goytacazes, Rosinha Garotinho (PR), fez declarações fortes nesta quinta-feira (17) e disse que a detenção ocorreu pelo fato do político estar denunciando "muita gente grande". As informações são da Rádio Gaúcha.

"Isso é retaliação porque ele entregou na PGR (Procuradoria-Geral da República) um documento com mais de mil páginas com provas contra o ex-governador Sérgio Cabral, contra (Luiz Fernando) Pezão, contra o presidente da Assembleia, o ex-presidente da Assembleia e outras pessoas de outros Poderes que ele denunciou com provas", disse ela em entrevista na rádio.

Além de Sérgio Cabral (PMDB), que foi preso hoje, e o atual governador do estado, Luiz Fernando Pezão (PMDB), ela citou também o presidente da Assembleia Legislativa fluminense, Jorge Picciani (PMDB). Ao ser questionada obre quem seriam as pessoas de outros Poderes, ela citou ainda o ex-presidente do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, Luiz Zveiter.

"Teríamos uma audiência na semana que vem. Muita coisa vai aparecer. Pessoas que já estão inclusive na delação de (Fernando) Cavendish", disse Rosinha. "Tem muita coisa ainda que vai explodir. A República está caindo", completou.

Por fim, ela defendeu que a prisão de seu marido aconteceu por conta do programa social Cheque Cidadão, que beneficia famílias carentes. Para ela, a prisão de Garotinho não pode ser comparada com a de Cabral porque não se trataria de envolvimento com corrupção e recursos ilícitos. "O Garotinho foi preso não por roubo, não por enriquecimento ilícito. É por alimentar o povo pobre. É diferente do Cabral. É diferente de outras pessoas que serão presas porque estão envolvidas na Lava-Jato", completou.

quinta-feira, 3 de novembro de 2016

O Brasil precisa de Lula

27 de Outubro de 2016







Dias atrás, divulgou-se em tom de celebração a noção de que a denúncia de Lula junto ao Conselho de Direitos Humanos da ONU sequer fora aceita para um exame prévio num organismo conhecido por iniciativas corajosas, que já beneficiaram cidadãos do mundo inteiro, inclusive Julian Assange, criador do Wikileaks. Bobagem.

Como a própria ONU foi levada a esclarecer em comunicado oficial, a denúncia, naturalmente em fase inicial, segue as formalidades de praxe. Não houve, até agora, nenhum julgamento de mérito -- nem era o caso.
A acusação foi devidamente registrada na instituição, que deu um prazo de dois meses para uma resposta das autoridades brasileiras. Resumo:  ninguém sabe o que vai acontecer daqui para a frente, mas o caso começou a andar, cumprindo uma primeira etapa burocrática nos rituais da entidade. Mais uma vez, grandes jornais brasileiros mostram sua incorrigível capacidade de confundir a realidade com seus próprios desejos.
A pressa em dar por encerrado um caso que sequer havia começado envolve um comportamento fácil de entender pelo espírito vira-lata de parte da elite brasileira. Ela cultiva um temor reverencial por qualquer iniciativa que possa comprometer a chamada "imagem do país" em Miami ou Paris, mas não dispensa a mesma atenção ao que se fala e se ouve na Rocinha ou Osasco.
Para quem sobrevive num universo feito para poucos, embora alimentado pelo suor de muitos, os fatos sempre serão menos importantes do que sua capacidade de escondê-los.
Nos tempos da censura do regime militar, a imagem externa era uma obsessão permanente dos generais. Compreende-se. Era a partir do exterior que o país respirava uma liberdade oprimida por aqui. Em outra fase da história, num país submetido a lógica opressiva do pensamento único uma denúncia na ONU pode produzir um efeito semelhante. 
Neste aspecto, a denúncia de Lula tem um impacto único. Sua fonte não é um líder dissidente,  respeitável mas pouco influente, como acontece com a maioria das personalidades que, sem respostas adequadas da Justiça de seu próprio país, vão bater às portas de organismos internacionais. 
O caso diz respeito ao mais popular presidente da história do país que abriga a sétima economia do planeta, um chefe de governo cujo partido venceu quatro eleições presidenciais consecutivas e por inúmeras vezes discursou na cerimônia de abertura anual da Assembleia Geral das Nações Unidas. Basta recordar o tom de aberta desconfiança dispensada ao golpe contra Dilma para prever o tratamento que a parcela mais respeitada da mídia internacional pode dispensar ao caso, quando os dados da caçada a Lula forem mais conhecidos. 
No Brasil de 2016, os métodos de investigação da Lava Jato, que estão na base da denúncia levada a ONU -- são apresentados em ambiente de celebração cívica. Como é inevitável nessa situação, toda crítica é apresentada de forma interesseira como falta de patriotismo e mesmo cumplicidade criminosa.
Qualquer esforço  de oxigenar um debate necessário é apresentado como risco e ameaça. Responsáveis pela animação do espetáculo, os meios de comunicação tentam construir um ambiente artificial de unanimidade, no qual uma discussão de base jurídica, que envolve fatos, provas e direitos democráticos, é apresentada como um julgamento de natureza moral, típico para medidas de ódio e violência.
Os brasileiros irão acompanhar com imenso interesse as explicações do governo Temer sobre episódios mencionados na denuncia, como a condução coercitiva de Lula e a divulgação de um diálogo com Dilma Rousseff gravado de forma ilegal. Num ambiente onde os direitos democráticos estão preservados, é complicado ganhar tudo no grito.
Mesmo considerando que a ONU é um organismo formado por 195 países, com interesses econômicos e diplomáticos que tem influência decisiva na tomada de suas decisões, o que não permite apostar de saída num resultado favorável, é fácil entender o receio vira-lata diante do caso, certo?