Moody's põe BTG sob revisão para rebaixamento após prisão de Esteves
Nota do banco está hoje 1 degrau acima da perda do
grau de investimento.
CEO é suspeito de planejar obstruir investigações da Lava Jato.
CEO é suspeito de planejar obstruir investigações da Lava Jato.
Do G1, em São Paulo
em foto de julho de 2014
(Foto: Nacho Doce/Reuters)
A agência de classificação de risco Moody's colocou o banco BTG Pactual sob revisão para rebaixamento, segundo comunicado divulgado nesta
quinta-feira (26), depois que o presidente do banco, André
Esteves, foi preso na véspera, suspeito de planejar obstruir as investigações
da Operação Lava Jato, de acordo com a Procuradoria-Geral da República (PGR).
A nota de crédito de longo prazo em moeda estrangeira do BTG é hoje
Baa3, último degrau antes da perda do grau de investimento. Além do banco,
também foram colocadas sob revisão todas as notas das filiais em Grand Cayman e
Luxemburgo.
saiba mais
"A ação de rating reflete a preocupação da Moody's de que a recente
detenção do presidente e CEO do BTG possa ter impacto no relacionamento do
banco com seus clientes e parceiros", diz a Moody's em nota, que afirma
ainda que ela possa ter "implicações negativas para a empresa".
A agência ressalta que revisão pode resultar em rebaixamento se as
investigações encontrarem conexões entre Esteves e as operações do banco que
tenham consequências negativas, regulatórios ou outras implicações legais para
o banco; se a capacidade de gerar negócios for prejudicada; ou se o
financiamento foi impactado negativamente.
"Pressões positivas", diz o comunicado, "são
improváveis". Os ratings, no entanto, podem ser confirmados no patamar
atual caso a companhia seja capaz de manter sua liquidez e capacidade de
geração de receitas, e se as investigações não encontrarem nenhuma evidência
contra o banco.