quarta-feira, 25 de março de 2020

O vaticano em quarentena


Jornal do Vaticano interrompe publicação diante de pandemia


Fundado em 1861, o veículo continuará a ser publicado online 







Publicado em 25/03/2020 - 17:20 Por Philip Pullella - Repórter da Reuters - Cidade do Vaticano




O jornal do Vaticano, L'Osservatore Romano, que o papa Francisco chamou de "jornal do partido", suspendeu a impressão pela terceira vez em quase 160 anos nesta quarta-feira (25) devido ao coronavírus.


O jornal, fundado em 1861, continuará sendo publicado online e a maioria de sua equipe, com cerca de 60 pessoas, incluindo 20 jornalistas, trabalhará em casa, disse a editora Andrea Monda.


"Um jornal e o papel em que ele é impresso estão entrelaçados, então é triste que isso esteja acontecendo, mas a realidade é que todos estamos enfrentando uma crise", disse Monda à Reuters.


A edição da noite de hoje será a última por enquanto. A tiragem de cerca de 5 mil cópias é desproporcional à sua influência mais ampla na reflexão da opinião do Vaticano sobre assuntos internacionais e assuntos da Igreja.


"Vamos tentar aproveitar ao máximo o momento para aumentar o número de leitores online até que possamos voltar a imprimir", disse Monda.


Dez cópias continuarão sendo impressas. Eles são para o Papa Francisco, o ex-Papa Bento XVI, algumas autoridades de alto escalão e algumas cópias para serem arquivadas para registro histórico.


"Tivemos que parar principalmente porque as impressoras e os distribuidores não puderam garantir seus serviços em condições seguras por causa da paralisação na Itália e no Vaticano", disse Monda.

sexta-feira, 6 de março de 2020

Dólar no Brasil pára de subir


Dólar tem primeira queda depois de 12 dias de alta
B3 continuou a cair e fechou abaixo de 100 mil pontos


Publicado em 06/03/2020 - 19:15 Por Wellton Máximo – Repórter da Agência Brasil - Brasília




Pela primeira vez depois de 12 sessões seguidas de alta, o dólar caiu com a ajuda do Banco Central (BC), que interveio no câmbio. Influenciada pelo exterior, a bolsa de valores teve mais uma forte queda e fechou abaixo de 100 mil pontos pela primeira vez desde o fim de agosto.

O dólar comercial encerrou esta sexta-feira (6) vendido a R$ 4,634, com queda de R$ 0,017 (-0,36%). De manhã, a divisa alternou momentos de alta e de baixa. Na máxima do dia, por volta das 9h30, encostou em R$ 4,67, mas inverteu o movimento e passou a operar em queda ao longo de toda a tarde.
Desde o começo do ano, o dólar acumula valorização de 15,47%. O real tornou-se a moeda que mais se desvalorizou em todo o planeta em 2020. O euro comercial não teve o mesmo comportamento do dólar e continuou a subir. A moeda voltou a bater recorde nominal e fechou vendido a R$ 5,245, com alta de 1,32%.

O Banco Central leiloou US$ 2 bilhões em novos contratos de swap cambial, que equivalem à venda de dólares no mercado futuro. O BC promoveu dois leilões de manhã. Até o início da noite, a autoridade monetária não tinha anunciado novos leilões de swap na segunda-feira (9).

O mercado de ações teve mais um dia marcado pelo nervosismo. O índice Ibovespa, da B3 (antiga Bolsa de Valores de São Paulo), encerrou a sexta-feira aos 97.977 pontos, com recuo de 4,14%. Ontem (5), o índice tinha caído 4,65%. O Ibovespa seguiu as principais bolsas mundiais, que também registraram fortes quedas.

Nas últimas semanas, o mercado financeiro em todo o mundo tem atravessado turbulências em meio ao receio do impacto do coronavírus sobre a economia global. Recentemente, a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) reduziu, de 2,9% para 2,4%, a previsão de crescimento econômico mundial para 2020.

A decisão do Federal Reserve (Fed), Banco Central norte-americano, de reduzir os juros básicos dos Estados Unidos em caráter emergencial pode forçar o Banco Central brasileiro a reduzir a taxa Selic (juros básicos da economia) na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), nos próximos dias 17 e 18.

Com as principais cadeias internacionais de produção afetadas por causa da interrupção da atividade industrial na China, indústrias de diversos países, inclusive do Brasil, sofrem com a falta de matéria-prima para fabricar e montar produtos.
A desaceleração da China, segunda maior economia do planeta, também pode fazer o país asiático consumir menos insumos, minérios e produtos agropecuários brasileiros. Uma eventual redução das exportações para o principal parceiro comercial do Brasil reduz a entrada de dólares, pressionando a cotação.
Entre os fatores domésticos que têm provocado a valorização do dólar, está a decisão recente do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central de reduzir a taxa Selic – juros básicos – para 4,25% ao ano, o menor nível da história. Juros mais baixos desestimulam a entrada de capitais estrangeiros no Brasil, também puxando a cotação para cima. Ontem (5), o ministro da Economia, Paulo Guedes, atribuiu a desvalorização do real à desaceleração da economia global, aos efeitos do coronavírus e à queda dos juros.
Edição: Nádia Franco