Supremo
ainda pode julgar mérito de impeachment, diz 09/05/2016 20h55
- Brasília
Ivan
Richard - Repórter da Agência Brasil
Ministro Lewandowski recebe o secretário-geral da
OEA, Luís Almagro (D), e o presidente da Corte Interamericana de Direitos
Humanos, Roberto Caldas (E)Ivan Richard/Agência Brasil
O presidente do Supremo Tribunal
Federal (STF), ministro Ricardo Lewandowski, disse hoje (9) que o tribunal pode
a vir julgar o mérito do processo de impeachment contra a presidenta
Dilma Rousseff. Em reunião com o secretário-geral da Organização dos
Estados Americanos (OEA), Luis Almagro, Lewandowski informou que, até o
momento, “do ponto de vista do procedimental formal”, o processo transcorre
conforme decisão da Corte máxima do país.
Ao responder questionamento do
secretário-geral da OEA acerca de preocupações sobre o mérito do procedimento
de afastamento da presidenta Dilma, o presidente do STF deixou em aberto a
possibilidade de a Corte, caso provocada, analisar o tema.
“Por enquanto, o Brasil está
aguardando uma decisão do Senado Federal. Pode ser que o Supremo venha ou não a
ser instado a se pronunciar sobre essa questão, que ai terá de decidir,
inicialmente, se a decisão é exclusivamente política ou se comporta algum tipo
de abordagem do ponto de vista jurídico passível de ser examinada pelo
tribunal”, argumentou Lewandowski.
Acompanhado do presidente da
Corte Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), Roberto Caldas, Luis
Almagro manifestou a Lewandowski preocupação quanto aos direitos da presidenta
Dilma e o “futuro institucional do país” passado o processo de impeachment.
O diplomata uruguaio disse a Lewandowski estranhar o fato de políticos
investigados pela Justiça brasileira estarem julgando a presidenta da
República.
O presidente do STF ressaltou
que, apesar de muitos políticos serem alvos de processos e investigações,
enquanto não forem definitivamente julgados eles gozam da presunção de
inocência.
“Há vários parlamentares acusados
de crimes investigados pelo STF, mas, enquanto não forem julgados, têm a
presunção de inocência. Também temos um sistema processual extremamente
complexo”, acrescentou Lewandowski.
"Há uma outra questão que há
de ser examinada oportunamente. É saber se o Supremo pode ou não ingressar em
juízo de natureza política, se vai conhecer ou não desse questionamento. Mas
isso é um tema a ser futuramente examinado pelos 11 ministros da Suprema
Corte", acrescentou Lewandowski.
Edição: Armando
Cardoso
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