"Era
um enorme sacrifício para a FRELIMO reconhecer a RENAMO", diz ex-mediador
Nesta
quarta-feira os 25 anos do Acordo Geral de Paz de Moçambique foram recordados
também em Roma, onde foi assinado.
Protegidos atrás de vidros, os
históricos documentos que colocaram fim a 16 anos de guerra civil, estavam
expostos ao lado de fora da sala onde foram assinados, a 4 de outubro de 1992.
Folhas de papel que, apesar da aparente fragilidade, mantêm o equilíbrio de uma
paz que perdura.
O vice-ministro da Justiça de
Moçambique, Joaquim Veríssimo, falou com a DW África. Chamou de
"visionários" àqueles que assinaram o acordo. "Enquanto se
dialogava aqui em Roma, no terreno em Moçambique ainda ocorriam confrontos
armados. Imaginem essa dualidade de situação. Se não houvesse a convicção de
que estávamos no bom caminho que era o do diálogo para encontrarmos uma
solução, obviamente não estaríamos hoje a comemorar os 25 anos do Acordo Geral
de Paz. É aqui
que devemos tirar a lição no sentido de que todos os nossos problemas podem ser
resolvidos através do diálogo e nada mais".
"Fórmula
italiana"
Andrea
Riccardi
O professor Andrea Riccardi,
ex-mediador de Santo Egídio - comunidade de leigos católicos com sede em Roma -
no processo de paz moçambicano exaltou o êxito da "fórmula italiana de
paz".
"Os mediadores não haviam
interesses próprios na reconciliação", disse no seu discurso.Ele
ressaltou que os dois anos e três meses de negociações mediados pela comunidade
ganharam força quando a diplomacia italiana foi envolvida nos diálogos.
"Era um enorme sacrifício para a FRELIMO
reconhecer a RENAMO", diz ex-mediador
"Era um enorme sacrifício
para a FRELIMO reconhecer a RENAMO", recordou Andrea Riccardi para
acrescentar que "eu acredito que o acordo de paz não seja uma
história do passado, mas é um método por meio do qual Moçambique vive".
Moçambique moderno e democrático
O diálogo e a paz já fazem
parte do DNA de Moçambique, tal como a luta pela independência, também o
diálogo e a paz. Eu penso que recordar esse dia é recordar Moçambique moderno e
democrático".
E para os próximos 25 anos?
"Seguramente, a paz
consolidada, mas também eu acredito o crescimento, o desenvolvimento e a luta
contra à pobreza", conclui o ex-mediador de Santo Egídio.
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